O aumento de ocorrências de casos de bullying
A informação e o
uso da internet aumentaram nas últimas décadas, juntamente com esses avanços
percebe – se o aumento de ocorrências de casos de bullying divulgado pela mídia,
com isso, os especialistas em comportamento humano tem dado mais sensibilidade
no trato deste fenômeno. O bullying escolar pode envolver crianças em
diferentes papéis entre eles destacamos a vítima, o agressor e a vítima que se
torna agressor, independente da participação, os resultados desse comportamento
podem impactar negativamente no desenvolvimento dessas crianças e adolescentes
(Zequinão et al, 2016).
Psicologo Matheus de Oliveira Silva
CRP 03/18092
A escola é uma
das instituições de maior importância na formação do sujeito, além de
responsável pela educação, é também um ambiente que apresenta condições por
meio das quais se permite a criança e ao adolescente refletir e expandir seus
valores morais e éticos.
Sendo assim,
neste contexto o bullying enquanto aspectos comportamentais e cognitivos podem
resultar em consequências com sérias repercussões, logo, essa questão precisa
ser visto de forma crítica, buscando ações que viabilizem sua redução.
Diante desta
realidade. Lima (2011) vem dizer que os professores, pais e alunos são
fundamentais quando se pensa no aspecto preventivo do bullying, uma vez que,
quando todos estão envolvidos no processo é possível estabelecer normas,
diretrizes e ações capazes de conscientizar os agressores, bem como apoiar e
proteger as vítimas, assim, segundo o autor é possível fazer da escola um lugar
seguro.
Desse modo torna
se evidente que discutir sobre o bullying no contexto escolar é de suma
importância visto que muitas pesquisas realizadas sobre este tema demonstram
que essa violência tem aumentado, em sua proporção e seus agravos têm se
tornado mais significativo. Dado esse, confirmado pela Pesquisa Nacional de
Saúde Escolar (PeNSE) e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE, 2015): “foram
entrevistados jovens de faixa de treze a quinze anos de idade, de todas as capitais
e do Distrito Federal, revelando que 20,8 % dos alunos são agressores – o que significa
que um em cada cinco adolescentes pratica bullying nas escolas brasileiras” (Silva,
2015, p.127).
Conforme dados
apresentados por Borges (2015) em relação ao problema em questão, já houve
avanços significativos, entre eles o autor destaca a divulgação da cartilha sobre
o bullying e a criação do Dia Nacional de Combate ao bullying (7 de abril é
comemorado o Dia Nacional de Combate ao Bullying), além disso, o mesmo já chamava
a atenção para o projeto de Lei Nacional Antibullying 6504/2013. Já em Março de
2015 foi aprovado pelo Senado o projeto de lei que criou o “Programa de Combate
a Intimidação Sistemática (PCL 68/2013), cujo objetivo é prevenir e combater a
pratica do bullying e cyberbullying” (Silva, 2015, p 128).
A psiquiatra Ana
Beatriz B. Silva salienta que a vivência do bullying pode resultar em um trauma
cujas implicações imprimem consequências em níveis cerebrais, isso considerando
o fato de que as relações interpessoais exercem fortes influências no
desenvolvendo do individuo, logo, quando as experiências do mesmo são marcadas
por sofrimento psíquico que podem alterar sua percepção de si mesmo e do outro,
ou seja, a vivência do trauma pode alterar tanto a cognição quanto o
comportamento do sujeito (Borges, 2015 p. 114). Saliento aqui, a importância do
cuidado com a saúde emocional, fazer psicoterapia proporciona que o individuo
aprenda a lidar com suas dificuldades, enfrentar seus medos, buscar
autoconhecimento e como resultado a qualidade de vida.
Apesar das poucas pesquisas é notória a importância de entender as
faces do fenômeno e suas possíveis implicações no desenvolvimento de crianças e
adolescentes. Os Pesquisadores resulta, que ao perceber as prováveis alterações
biopsicossocial em crianças e adolescentes, entendeu que ações pontuais na
escola envolvendo alunos, professores, pais e a sociedade são ferramentas
potencializadoras para um diminuição da ocorrência do bullying.
A consulta psicológica é um momento de autorreflexão. Dessa forma, será
possível compreender os comportamentos que temos e, além disso, seremos capazes
de promover mudanças no nosso modo de ser, pois estamos aptos a nos entender
por quem somos e a agir da forma que realmente queremos.
No caso específico do bullying, a consulta terapêutica irá ajudar a
recuperar os componentes mentais mais afetados pelo abuso. Serão realizados
exercícios para a reconstrução da autoestima e das habilidades sociais. A
terapia emocional também irá trabalhar para reduzir os sentimentos negativos e
depreciativos da pessoa, além de tratar da ansiedade e estresse gerados pelas
agressões.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Borges, Tahiana Andrade S. Memórias
do Bullying; Barueri, SP: Novo Século
Editora, 2015.
IBGE - Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística Disponível em <
http://ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/pense/2015/default.shtm>.
Acesso em 07 fev. 2017.
Lima,
R. O., &Ardigó, M. I. F. (2011). Bullying: prevenção, punição e políticas
públicas. Âmbito Jurídico.
Silva,
Ana Beatriz Barbosa. Bullying: mentes
perigosas nas escolas. 2 ed. São Paulo: Globo Livros, 2015. 208 p. : 23cm. ISBN 978852506152-2.
Zequinão,
Marcela Almeida, Medeiros, Pâmella de, Pereira, Beatriz, & Cardoso,
Fernando Luiz. (2016). Bullying escolar: um fenômeno multifacetado. Educação
e Pesquisa, 42(1), 181-198. https://dx.doi.org/10.1590/S1517-9702201603138354
Colunista:
Matheus de Oliveira Silva
CRP 03/18092
Psicólogo Graduado pela IMES Bahia, atuante na
área clínica em Ipiaú, oferecendo psicoterapia individual para crianças,
adolescentes, adultos e senis.
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